A Polícia Civil confirmou, dia 14, o que os agricultores da região de Pacajá, no Sudoeste do Pará, já sabiam desde o dia 9, quando Obede Loyola Souza, de 31 anos, desapareceu.
O trabalhador rural foi assassinado com um tiro de espingarda. Seu corpo foi encontrado perto de casa, onde vivia com a mulher e os três filhos no Acampamento Esperança, que fica entre Marabá e Altamira. Justamente locais que receberam, na semana passada, uma força-tarefa federal para investigar outros crimes e evitar novo derramamento de sangue no campo.
Há três semanas, o casal de ambientalistas José Cláudio da Silva e Maria do Espírito Santo, que vivia em um assentamento extrativista na mesma área e denunciava práticas ilegais, foi assassinado. Pouco depois, os corpos de dois homens foram encontrados na região.
A polícia não confirma que as mortes formam motivadas por conflitos agrários. Mas a Comissão Pastoral da Terra, que tem acompanhado os casos frequentes e os denunciado, diz que Souza juntara-se a outros moradores para discutir com representantes de madeireiros a extração de madeira ilegal.
Não há ninguém preso. Enquanto os policiais não descobrem algo concreto, a lei do silêncio vai emergindo como única saída.
*Revista Carta Capital
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