domingo, 20 de março de 2011

OS FRACASSOS DE OBAMA

    Barack veio como a esperança dos EUA e do mundo. A eleição de um negro à presidência causava comoção global e seu impacto superava, consideradas as circunstâncias, a ascensão de Lula. Que um e outro sejam alvos da oposição preconceituosa da direita é e era inevitável. Lula, contudo, equilibrou-se com competência entre o òdio de classe da minoria e o favor avassalador da maioria. Obama não é, porém, brasileiro, a nossa profunda desigualdade paradoxalmente o favorecia. Em campanha, fez grandes promessas. Uma a uma, inexoravelmente, não as cumpriu no poder. Para se equilibrar, recuou até o desastre.

    Em seu terceiro ano, Obama depende dos republicanos até para que o governo siga funcionando  a cada semana. Na eleições de meio de mandato, amargou a perda de vários senadores, governos estaduais, e da maioria da Câmara e a radicalização da oposição de direita. Sua vitória política mais importante, a reforma da saúde - obtida à custa de muitas concessões e diluições, embora seu Partido Democrata tivesse a maioria absoluta das duas casas do Congresso durante os primeiros dois anos de governo - está sob ataque cerrado no Legislativo, que lhe nega recursos, no Judiciário, onde vários juízes a declararam inconstitucional, e nos estados governados por republicanos, que reivindicam o direito de rejeitá-la em suas jurisdições.
    A reforma da política nacional de imigração foi inviabilizada no Congresso e tem sido substituída por selvagens leis estaduais anti-imigrantes. A política externa só acumulou decepções e fracassos e a guerra no  Afeganistão e Paquistão vai de mal a pior (...)
            *Por Antonio Luiz M. C. Costa - Revista Carta Capital

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