e sociologia da educação.
Mas não consigo me lembrar
de qualquer referência
à educação do olhar
e à importância do olhar na educação
em qualquer deles (...)
Quero ensinar às crianças
que eles têm olhos encantados.
Seus olhos são dotados daquela qualidade
que, para os gregos, era o início do pensamento:
a capacidade de se assombrar
diante do banal.
Para a criança, tudo é espantoso:
um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo,
o vôo dos urubus, os pulos dos gafanhotos
uma pipa no séu, um pião na terra...
Coisas que os eruditos não vêem.
Na escola, eu aprendi coisas complicadas:
classificações botânicas,taxonomias,
nomes latinos... mas esqueci.
Mas nenhum professor
nme chamou a atenção
para a beleza de uma árvore,
ou para a curiosa simetria das folhas.
Parece que naquele tempo
as escolas estavam mais preocupadas
em fazer com que os alunos decorassem palavras
que com a realidade
para a qual elas apontavam (...)
As palavras só têm sentido
se nos ajudam
a ver o mundo melhor.
Aprendemos palavras
para melhorar os olhos.
Há pessoas com a visão perfeita
que nada vêem.
O ato de ver não é natural;
precisa ser aprendido (...)
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